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Sentindo Realidades

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Quis ser o infinito, quis sentir o universo, Quis muito do que aguento. Só pareci grande, só senti realidade Só percebi o nanismo de uma gotinha. A fragilidade de uma menina que nada tem E o infinito não é nada quando você não tem nada. Só percebi o nada no qual me envolvia. Quis sentir o que possuía, quis brincar de telepatia e você me mostrou a nossa dança que ninguém estava olhando. E eu me apresentei para ninguém. Sem plateia, sem visão. Só chuva. Só água. Só imaginação. Quis ser o infinito, mas não tenho nada. O meu vazio explodiu! Eu dancei no banho, no quarto, nua, na cama, no meio da madrugada. Eu pintei a minha cara com a aquarela que tinha. Agora não tenho nada. Pintei o meu corpo, meu amor. Me fiz jardim da energia que me mandou. Eu fui o amor que o vazio transbordou. Sinta-me. Viva-me. Sinta vida. Seja realidade. Quis ser o infinito. Quis explorar sua carne. Quis me sentir na sintonia da sua volta. Da sua vida. Da sua felicidad

não porque somos estrelas, mas

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                                                                      Do mito veio a filosofia. Da filosofia veio a ciência. A ciência nunca matou a filosofia, que nunca matou o mito. A ligação entre os três é percebida facilmente quando pensamos na origem do universo. O mito sempre quis saber, e criou suas próprias respostas em histórias. A filosofia quis saber, e respondeu com a lógica. A ciência veio com teorias, teses, métodos, fórmulas e leis. Talvez a ciência nunca tivesse descoberto o Big Bang se os filósofos não batessem tanta cabeça nessa questão. Talvez os filósofos não pensassem nos elementos que explicam todas as coisas se não existissem tantos mitos sobre a origem do universo. É possível que mito, filosofia e ciência sejam etapas de um mesmo fluxo de pensamento. Cada um, à sua maneira, sabe responder às mesmas perguntas. Quando a ciência desmente a filosofia, a pergunta muda; porque a pergunta muda, podemos continuar buscando e desvendando mitos e mistérios.  Hoje eu li d

Sentindo Realidades II

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Unconquered Sun, 2020. Brad Kunkle Sou da geração que fala de si Sou da geração que desconfia de si.  Sou filha da burguesia que não tem papo, que não tem saco.  Nasci recessiva em mundo dominante. Sou da geração que escreve e precisa de grana, sou dos que escrevem por pura esperança.  O infinito não é nada se você não tem nada.  Sou da geração que é egoísta, sou do arquétipo que o mundo é só meu.  Sou do tipo recessivo que pensa e compreende. Ainda vou salvar meu caderno quando eu não tiver nada.  Ainda vou ser mistério quando eu não sentir nada.  Vou sentir realidade nas gotas desse banho.  Vou me lavar pra ficar no preto e no branco.  Sou da geração que é egoísta. Sou maioria que pensa em minoria.  Talvez eu me lave da própria hipocrisia.  Sou da geração que não luta pela paixão.  O infinito não significa nada quando você não tem nada.  Sou da personalidade que não tem nada.  Que sente vazio, que é vazio cheio de crenças, cheio de sonhos cancelados. Cheio de sonhos mal criados.  Sou

Amor em Não Amar II

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      Blue Levitation. Brad Kunkle      Tenho estado interiorizada. Sou assim. Tenho um mundo escondido.     Tenho negado meu mundo nos escritos publicados, nos escritos mostrados. Não sou segura mostrando minha realidade, exteriorizando meus desejos realizados e as ânsias que causam minhas vontades.      O Amor em Não Amar se junta em uma antologia de um diário, ou de vez enquandário. E nele pretendo assumir meu sonho de ficção, de escrever sobre o que não existe.      Só que o Amor em Não Amar também é minha realidade ficcionalizada.       É minha alma exteriorizada. São páginas juntadas de uma ilusão.       É quase uma carta. É quase todo destinado a minha pessoa amada.      O Amor em Não Amar surgiu por acidente, se algum dia for publicado será acidente fulminante, tenho certeza. Mas ele é amor. Amor compartilhado talvez não faça tanto mal assim.      Peço desculpas à minha inspiração física, fictícia.      Você foi meu amor reprimido, espremido, exprimido.       Você foi minha ilu

Lavagem completa, por favor

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Quero trocar o interior. Quero tirar tudo e colocar nada. Apenas deixar as coisas que forem chegando tomarem lugar. Vou esvaziar para conseguir as páginas lotar. O vento que vem só reforça o que por dentro sou. Essa camada de pele ingrata bloqueia a energia exterior, Impede o fluxo e o verdadeiro sabor. Estou arrancando as camadas, logo mais restará apenas a alma – deformada pela violência do meu quentor. 
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Escrevo em primeira pessoa para revelar verdades,  subjetividades. Escrevo sobre meu mundo na esperança de que ele seja lido por vários mundos e que cada um perceba que o corpo se faz um mero ponto material quando toda a alma se expande, se esvai. Eu escrevo sobre sentimentos íntimos,  nunca menosprezo a carne,  eu escrevo sobre consideradas irrealidades. Tenho vontade de mostrar a cada um o tamanho da sua grandeza,  o que ultrapassa gigantes experiências. Eu escrevo quando vivo prantos internos, quando a melancolia aparece, quando sonhos me dominam,  me derretem. Eu penso de modo escrito sempre que fico algum tempo admirando o luar, sempre que o bucólico se apresenta. Eu tento escrever para mostrar que sou menor do que muitos podem ser. Apenas quero que leiam e percebam o imenso buraco negro que é carregado por cada criação. 

Proibida sua morada em prédios

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Não posso morar em prédios, em andares já meio altos; Não posso observar a paisagem da cidade por muito tempo na sacada; Não posso pisar mais alto para ampliar minha visão... Aos poucos já sinto a imensidão, aos poucos sinto que preciso participar da vasta ilusão de voar. Parece ser esta minha liberdade: me sentir e me morrer no ar. Fui feita para me jogar.